A lusofonia é um continente imaterial disperso pelos vários continentes - Eduardo Lourenço
quinta-feira, 19 de março de 2015
quinta-feira, 12 de março de 2015
Privilégios senhoriais e poderes régios na Idade Média
Entre os séculos XII e XIV, devido
às doações régias, os senhores gozavam de muitos poderes que limitavam o
poder do rei. Entre esses privilégios, destacavam-se a isenção de pagar impostos ao rei, a cobrança de impostos e a aplicação
da justiça dentro do seu domínio.
Perante esta situação, e
aproveitando o fortalecimento da burguesia, os monarcas começaram a tentar limitar
o poder destes senhores. Para isso, para além de continuarem com o monopólio da
cunhagem de moeda e da realização da
justiça suprema, os reis desenvolveram
um conjunto de mecanismos para fortalecer o seu poder:
- as inquirições (inquéritos realizados por todo o país para verificar
que direitos estavam a ser usurpados à Coroa) e as confirmações (a fim de confirmar as doações régias feitas aos
senhores);
- as leis de desamortização (impediam o clero que juntar terras por
herança);
- o beneplácito régio (as leis papais tinham de ser confirmadas pelo
rei para serem válidas);
- a participação nas Cortes dos homens-bons dos concelhos (podendo
assim fazer ouvir as suas queixas);
- a especialização da administração do reino (funcionários da Coroa
impediam os abusos dos privilegiados e garantiam a boa administração do reino);
- a criação de concelhos (era doada a administração de um território a um grupo de
pessoas que não fazia parte das classes privilegiadas) Este concelhos nasciam
através de uma carta de foral, documento
no qual estavam definidos os direitos e deveres dos habitantes do concelho, os
vizinhos, assim como a sua organização. O pelourinho era o símbolo desse poder concelhio.
O Rossio, no Rio de Janeiro (atual Praça Tiradentes), com o pelourinho da cidade. Pintura do artista francês Jean-Baptiste Debret, de 1834. |
Assim, o rei continuava a receber
impostos e mantinha funcionários seus a fiscalizar a administração. Este
processo de centralização régia foi muito lento porque os privilegiados (Clero
e Nobreza) resistiram levando mesmo à deposição de alguns reis (como aconteceu,
em Portugal, com D. Sancho II depois de tentar limitar o poder de vários
bispos).
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