sexta-feira, 24 de outubro de 2014

À volta dos livros: #2 Madalena, Francisco e Isabel Stilwell - Histórias para contar em minuto e meio (vol. 1, 2 e 3)

STILWELLMadalenaFrancisco IsabelHistória para contar em minuto e meio (vol. 1,2 e 3), Lisboa, Verso da Kapa, 2005, 2006, 2009.
Ilustrações: vol.1, Marta Torrão; vol.2, Helena Simas; vol.3, Carla Nazareth.

Obras recomendadas pelo PNL / Plano Nacional de Leitura para o 2º ano/CE1.



     Isabel Stilwell publicou com os filhos, Madalena e Francisco, na editora Verso da Kapa, histórias para contar, tal como o título sugere, em minuto em meio. Os três primeiros volumes foram publicados na primeira década do século XXI (2005, 2006 e 2009) e refletem os tempos atuais onde ninguém tem tempo para nada, muito menos para contar histórias aos mais novos. Mas os nossos pequenotes precisam que tenhamos tempo para lhes contarmos histórias, precisam que lhes alimentemos a imaginação…

     Estes três volumes propõem textos curtos, cheios de atualidade, originais e divertidos, que podem ser lidos, depois do jantar, quando as crianças ainda não sabem ler. Feito o primeiro ano da escola primária, os jovens leitores já podem ler uma história em minuto e meio para adormecerem os pais!

     Vale a pena descobrir estes livros e tentar com eles criar o prazer da leitura em português!

Ilustração de Carla Nazareth (in Histórias para contar em minuto e meio - vol. 3)

EU QUERO UM NETO DESARRUMADO
     «Era uma vez um menino muito arrumadinho. Punha os brinquedos arrumados por tamanhos, dobrava as camisas tão direitinhas que parecia que vinha de uma engomadeira, e a pasta da escola estava sempre absolutamente arrumada. O estojo tinha uma caneta, um lápis afiado, uma caneta sobresselente para quando a tinta acabasse na outra, uma borracha e um afia-lápis. E os cadernos estavam forrados, com as etiquetas muito direitas, e lá dentro não havia riscos, nem escritos por cima, nem páginas rasgadas.

     A mãe gostava muito de ter um filho tão arrumadinho […] Mas a avó do Zé Pedro não gostava nada…»
In Histórias para contar em minuto e meio (vol. 2), Lisboa, Verso a Kapa, 2006, p. 124.


E ainda levam uma pequena história completa para vos adoçar a boca...
CLIQUE AQUI!


Prof. Isabel da Costa

terça-feira, 14 de outubro de 2014

À volta dos livros: #1 Fernando Pessoa - Je(ux)

PESSOA, Fernando, Je(ux) - Petite Anthologie, Paris, Editions Chandeigne, 2014.
Versão bilíngue, português-francês.
Ilustrações de Ghislaine Herbéra, tradução de Patrick Quillier, posfácio de Joanna Cameira Gomes.


     Uma viagem até ao mundo do grande poeta através desta "pequena antologia". Pequena pela dimensão do compêndio, voluntariamente reduzida, mas também pela temática abordada, a infância. Ao sabor dos heterónimos, Je(ux) oferece-nos o imaginário de Pessoa em torno dos ternos anos da meninice. Para tal não poderia faltar uma estética cuidada, deliberadamente inspirada na multisecular tradição do azulejo português... Recomenda-se!

LIBERDADE
Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
Sol doira
Sem literatura
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como o tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D.Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

Mais que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

In Seara Nova, 1937


Prof. Miguel Guerra

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Lendas da nossa língua: #2 Martim Moniz (Portugal)

     O nome de Martim Moniz está ligado à conquista de Lisboa aos Mouros, em 1147, e figura na memória da cidade através de uma praça com o seu nome.
     A lenda conta que D. Afonso Henriques tinha posto cerco à cidade, ajudado pelos muitos cruzados que por aqui passaram a caminho da Terra Santa. O cerco durou ainda algum tempo, durante o qual se travavam pequenas investidas por parte dos cristãos.
O cerco de Lisboa, aguarela de Alfredo Roque Gameiro (1917)
     Numa dessas tentativas de assalto a uma das portas da cidade, Martim Moniz enfrentou os mouros que saíam para repelir os cristãos e conseguiu manter a porta aberta mesmo a custo da sua própria vida. O seu corpo ficou atravessado entre os dois batentes e permitiu que os cristãos liderados por D. Afonso Henriques entrassem na cidade.
"O entalado". Escultura de José João Brito, na estação "Martim Moniz" do metropolitano de Lisboa. 
     Ferido gravemente, Martim Moniz entrou com os seus companheiros e fez ainda algumas vítimas entre os seus inimigos, antes de cair morto. D. Afonso Henriques quis honrar a sua valentia e o sacrifício da sua vida ordenando que aquela entrada passasse a ter o nome de Martim Moniz. O povo diz que foi D. Afonso Henriques que mandou colocar o busto do herói num nicho de pedra, onde ainda hoje se encontra.
O pequeno busto de Martim Moniz.
In http://lendasdeportugal.no.sapo.pt/distritos/lisboa.htm


Lendas da nossa língua: #1 As amendoeiras em flor (Portugal)


     Há muitos séculos, reinava em Chelb, a futura Silves, o rei Ibn-Almundim. Este rei nunca tinha conhecido uma derrota. Um dia, entre os prisioneiros de uma batalha, viu a linda Gilda, uma princesa loira de olhos azuis e porte altivo. Impressionado, o rei mouro deu-lhe a liberdade. Conquistando progressivamente a confiança de Gilda, confessou-lhe o seu amor e pediu-a em casamento. Foram felizes durante algum tempo. Um dia, a bela princesa do Norte adoeceu sem razão aparente. Um velho cativo das terras do Norte pediu para ser recebido pelo rei e revelou-lhe que a princesa sofria de nostalgia da neve do seu país distante. Então, Ibn-Almundim mandou plantar por todo o seu reino muitas amendoeiras.

     Na primavera seguinte, o rei levou Gilda à janela do terraço do castelo. Ao ver as flores brancas das amendoeiras, a princesa começou a sentir-se melhor, pois davam-lhe a ilusão da neve. Gilda ficou curada da saudade que sentia...




In http://www.infopedia.pt/$lenda-das-amendoeiras-em-flor
http://sets-comenius.blogspot.fr/2010/03/lenda-das-amendoeiras-em-flor-english.html

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Neandertal

Um interessantíssimo episódio da série "C'est pas sorcier!" sobre o Homem de Neandertal. Para os alunos de 6ème e não só...

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

O mundo novo do índio Tupinambá...


A primeira representação de um ameríndio na arte ocidental...
A adoração dos Reis Magos, Vasco Fernandes, (Grão Vasco), início do século XVI
Museu Grão Vasco, Viseu

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

As eras históricas

Para os alunos de 6ème, na disciplina de História, aqui poderão encontrar a tabela das eras históricas.
Copiar para o caderno...


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

É tempo de provérbios... #1 Meter a mão no fogo

     Sustentar uma ideia com uma certeza indubitável. A expressão é frequentemente utilizada quando pretendemos defender a opinião, a posição de outra pessoa; dizemos, então, que por ela metemos a mão no fogo.
     A origem da expressão leva-nos até à Idade Média e aos famosos ordálios ou juízos de Deus. Estes julgamentos de carácter religioso consistiam em submeter os réus a uma prova cujo desfecho considerava-se estar nas mãos de Deus. Existiam dois tipos de ordálios: os bilaterais, opondo duas pessoas, e os unilaterais, em que o arguido se encontra só perante a decisão divina. Entre os bilaterais, existia o ordálio da cruz em que dois réus são amarrados a uma coluna com os membros superiores livres. Ambos deviam colocar os braços em cruz; o primeiro a baixá-los era considerado culpado. Daí a expressão “baixar os braços” quando alguém desiste de algo. Entre os unilaterais, a prova pelo ferro incandescente (ferrum candens) era das mais frequentes. A prova consistia em segurar um ferro aquecido ao rubro num percurso de nove passos. As mãos eram ligadas com estopa e colocadas num saco em pele selado com cera. Três dias depois o selo era desfeito e as mãos examinadas. Se as queimaduras tivessem cicatrizado então o réu era ilibado. Pelo contrário, uma má cicatrização era sinal da reprovação de Deus: o arguido era considerado culpado e, por conseguinte, condenado a uma pena proporcional ao estado das suas chagas.
     Outros tempos, em que o lugar do divino não dava margem à justiça secular, em que não se concebia que Deus, omnipotente e omnisciente, pudesse fazer sofrer um inocente…

Domenico GHIRLANDAIO, A prova do fogo 
(fresco da Capela Sassetti, séc. XV, Igreja da Santa Trindade, Florença, Itália)

terça-feira, 22 de julho de 2014

OIB 2014

Aos novos bacheréis, ou melhor dizendo bacheliers, os nossos parabéns e votos de sucesso para as próximas etapas das suas vidas.



Com a participação muito especial da prof. Conceição Escórcio que, nos mais tenros anos, muito contribui para o crescimento e o sucesso destes jovens adultos...


Como dizia a canção, o que deixamos «tem mais encanto na hora da despedida»...
Mas não se esqueçam, fazem para sempre parte da grande família da secção portuguesa!
Bem-hajam!