A turma de 6ème PMC juntamente com a prof. de Língua Portuguesa, Carla Lourenço, a Sra. Vanda Lopes (mãe da aluna Inês Ferreira), que gentilmente nos acompanhou, e a Sra. Maria Marques, funcionária do museu e mãe do aluno Lucas Marques. Ah, e também o prof. de História, Miguel Guerra, a fazer de fotógrafo...
Na segunda-feira, 04 de novembro de 2013, os alunos da turma de 6ème do Collège Pierre et Marie Curie, de Le Pecq, visitaram o Museu de Arqueologia Nacional, em Saint Germain-en-Laye. A visita consistiu na descoberta do espólio do museu referente aos períodos pré-históricos do Paleolítico e do Neolítico.
O castelo de Saint Germain-en-Laye onde se encontra sediado o museu.
Segue um resumo da visita...
Atentos às explicações da guia do museu...
– O PALEOLÍTICO (2,9M - 11 000 a.C.) –
O Paleolítico, a Antiga Idade da Pedra ou ainda a Idade da Pedra Lascada, corresponde ao período inicial e ao mais longo da era do Quaternário. O termo foi criado em 1865 e baseia-se na existência de utensílios de pedra lascada. Na Europa, podemos dividi-lo em três períodos: Inferior, Médio e Superior.
Homo habilis, o primeiro hominídeo
O início do Paleolítico coincide com o aparecimento do Homo habilis, o primeiro representante da espécie humana, que viveu em África entre 2,5 e 1,3 milhões de anos. Estes homens, instalados nas margens de rios ou de lagos, alimentavam-se de vegetais que recolhiam e de animais que caçavam, eram caçadores-recoletores.
Homo erectus, o primeiro europeu
Entre 1,8 e 0,7 milhões de anos, o Homo erectus, sucessor do Homo habilis, conquista pouco a pouco todas as regiões temperadas da Terra (África, Ásia, Europa). O clima alterna períodos frios e temperados e é nesta altura que aparecem os primeiros instrumentos simétricos, os bifaces, produzidos através de uma técnica de fabrico que irá permanecer durante longos milénios. A lascagem consiste no desbastamento de um bloco de pedra, o núcleo, através da percussão com outra pedra ou osso, o percutor. Os bifaces são os instrumentos dominantes na cultura acheuliana (do nome da aldeia de Saint-Acheul, no norte de França). O aperfeiçoamento desta técnica permitiu a produção de instrumentos cada vez mais precisos como raspadores e pontas de azagaia.
O Homem de Neandertal e o Paleolítico Médio (200 000 - 40 000)
Este hominídeo, que surge há cerca de 200 000 anos durante o Paleolítico Médio, povoou grande parte do continente eurasiático, inclusivamente as zonas montanhosas como os Alpes e os Pirenéus, assim como as regiões glaciares nórdicas. Por volta de –90 000 anos, uma nova etapa é alcançada já que surgem as primeiras preocupações não utilitárias; o Homem de Neandertal, tal como o homem moderno, sepulta os seus mortos. Os vestígios deixam crer que eram praticados rituais e que existiam crenças complexas em torno da morte.
Raspadores em sílex
Homo sapiens sapiens e o Paleolítico Superior (40 000 - 11 000)
O homem moderno, Homo sapiens sapiens, viveu grandes alterações climáticas que alternaram períodos de frio intenso, com diversas glaciações, e períodos temperados, dando origem ao aparecimento de uma densa vegetação. Durante o período mais intenso da glaciação, o nível do mar encontrava-se cerca de 120 metros abaixo do nível atual. As técnicas de lascagem, cada vez mais perfeitas, permitem o fabrico de utensílios diversificados para tarefas distintas: lâminas e facas, para despedaçar e talhar a carne; raspadores, para trabalhar as peles e as madeiras; buris e furadores, para o trabalho do osso e das pedras mais macias, permitindo fabricar agulhas para a confeção do vestuário em peles, arpões para a pesca, etc.; pontas de azagaia e de lança, usadas na caça.
Grande parte dos animais caçados pelo Homo sapiens sapiens permanece, na atualidade, no continente europeu. Renas, cavalos, bisontes, antílopes, camurças (ou cabra-montesa), mas também espécies desaparecidas como o auroque, o mamute ou ainda o rinoceronte-lanudo, constituíam a caça predileta e a principal fonte de alimento para estes homens. Estes grupos de caçadores-recoletores eram nómadas, seguindo a migração dos animais (renas, cavalos), procurando recursos sazonais (vegetais, pesca do salmão), mas também pela necessidade de se encontrar com outros grupos humanos para trocar bens ou participar em tarefas rituais. Para além dos vegetais, outras matérias são coletadas como o sílex, uma pedra muito dura e cortante, e os seixos, nos leitos dos rios.
O habitat destes homens não era sempre o mesmo, vivendo em cavernas (como na gruta de La Madeleine, na Dordonha) mas também ao ar livre. Os acampamentos eram temporários, utilizados durante várias semanas ou durante uma estação. Nas planícies do norte e do leste da Europa, os acampamentos são regra, construindo-se cabanas em madeira. Nas regiões mais amenas da Europa ocidental, os acampamentos são organizados em torno da fogueira que serve para cozinhar os alimentos, alumiar-se, aquecer-se, aperfeiçoar o fabrico de certas armas e utensílios.
Neste mundo povoado de animais, o homem vive em comunhão com a natureza e sente a necessidade de expressar essa união através diversas representações simbólicas. Foram descobertas pelos arqueólogos numerosas estatuetas de cavalos, ursos, leões, mamutes assim como objetos decorados com figuras animais (propulsores de azagaias, bastões), mas as gravuras e pinturas rupestre (arte parietal) foram, sem dúvida, as mais grandiosas representações executadas pelos homens do Paleolítico Superior. Em contrapartida, a figura humana teve uma representação secundária.
Propulsor para azagaias
O homem do Paleolítico Superior preocupa-se cada vez mais com a morte; os arqueólogos encontraram vários vestígios de sepulturas contendo, por exemplo, o esqueleto de uma criança adornada com um colar de contas e conchas. Os corpos são enterrados no próprio habitat. Os cultos e rituais em torno da morte são diferentes em função da região, no entanto, é possível afirmar que a preocupação com a morte é constante nestas comunidades humanas.
A famosa Vénus de Brassempouy, também conhecido como Dama do capuz
– O NEOLÍTICO (11 000 - 3 000 a. C) –
O Neolítico, a Nova Idade da Pedra, é conhecido também por a Idade da Pedra Polida, devido à nova técnica de produção de instrumentos então desenvolvida: o polimento. No entanto, este período caracteriza-se sobretudo pelas grandes transformações económicas e sociais que sofreu, num período também apelidado de Revolução Neolítica.
Pedra de polimento
As inovações técnicas
O polimento da pedra transformou a vida das comunidades humanas, permitindo usar outras pedras para além do sílex e criar outro tipo de instrumentos como o machado e a enxó. Estes dois utensílios com pedra polida, usados no trabalho da madeira, surgem com o aparecimento das florestas europeias que se desenvolvem com o fim do período glaciar. Para abater as grandes árvores que florescem pela Europa são necessários utensílios robustos e sólidos.
O aparecimento da cerâmica é o resultado da primeira utilização técnica do fogo. A produção de vasos de terracota é feita no solo em pequenos buracos onde a temperatura atinge os 800ºC. Suportando o contacto do fogo, a cerâmica vai alterar os hábitos alimentares das comunidades humanas (sopas e papas cozem longamente nas brasas).
Utensílios neolíticos em cerâmica
A tecelagem é outra das atividades artesanais (com a cerâmica e a cestaria) que caracteriza o período neolítico. Porém, chegaram até nós poucos vestígios (alguns fragmentos de tecido, solas de sapatos em corda). Os utensílios usados são mais frequentes: pesos de teares, pentes de cardagem, agulhas.
Uma nova economia
A caça e recoleção continuam a ser atividades importantes no quotidiano das comunidades neolíticas, porém, é adotada uma economia de produção com o aparecimento da agricultura e da pastorícia. As práticas alimentares transformam-se radicalmente. Cultivam-se plantas gramíneas como a cevada e o trigo, assim como legumes como a ervilha e a lentilha. Essas primeiras culturas surgem no Médio Oriente, na região do Crescente Fértil. Os vestígios arqueológicos revelaram um grande número de mós manuais e de lâminas de foices. Os grãos eram armazenados em silos escavados na terra ou em grandes cestos de vime.
A criação de ovelhas e cabras, vindas do Médio Oriente, de vacas e de porcos fornece carne para a alimentação. Mais tarde, são aproveitados o leite, a lã ou ainda a força de tração destes animais. O cavalo será domesticado nos finais do Neolítico tal como o fora o cão durante o período paleolítico.
Aldeamentos, especialização e trocas
Os primeiros aldeamentos são constituídos por uma dezena de casas concebidas para durar. Estas habitações eram fabricadas em madeira e taipa (mistura de palha e argila), por vezes com fundações em pedra.
Com a sedentarização, os homens especializam-se em certas atividades. Assim sendo, precisam de obter o que já não têm tempo de fabricar através da troca com o que produz em excesso: por exemplo, lâminas em sílex originárias do centro de França foram descobertas pelos arqueólogos na Suíça e na Holanda!
Venerar os mortos
A cada aldeia, o seu cemitério… Com o sedentarismo, as necrópoles surgem ao lado dos aldeamentos. Num primeiro tempo, a sepultura é individual: o defunto é acompanhado de alguns objetos funerários como colares, vasos e utensílios de pedra. A partir do 4º milénio a. C., em toda a fachada atlântica da Europa (desde as ilhas britânicas até à Península Ibérica e Portugal) surgem imponentes monumentos de pedra, os megálitos. No entanto, poucos são os que tinham o privilégio de serem sepultados em antas ou junto de menires, por isso pensa-se que estava reservado a pessoas importantes nas comunidades. A partir do 3º milénio, as sepulturas individuais voltam a ser mais numerosas, o que deixa pensar que começam a estabelecer-se diferenças sociais em função da riqueza e da influência dentro dos grupos humanos.
Esqueleto feminino com adornos
Arte e religião
É extremamente difícil entender o pensamento religioso destas comunidades humanas tendo em conta que não conhecem a escrita. Contudo, foram descobertas estatuetas em terracota, pedra ou osso que reproduzem a figura humana e, em particular, a mulher. A omnipresença da natureza na vida do homem levam-no a criar divindades ligadas aos seus ciclos (dia e noite, estações do ano). Por isso, a fecundidade da mulher e dos solos são frequentemente associadas.
1. Que outro nome é dado ao Paleolítico, a Antiga Idade da Pedra?
2. O que permitiu o domínio do fogo (3 exemplos)?
3. Para que servia o propulsor?
4. Que hominídeo corresponde ao homem atual?
5. Que outro nome é dado ao Neolítico, a Nova Idade da Pedra?
6. Que atividades artesanais foram descobertas durante a Revolução Neolítica?
7. Que nome damos à economia do período neolítico?
8. Que nome damos às grandes construções funerárias em pedra do Neolítico?
– ALGUMAS PERGUNTAS PARA AVALIAR... –
1. Que outro nome é dado ao Paleolítico, a Antiga Idade da Pedra?
2. O que permitiu o domínio do fogo (3 exemplos)?
3. Para que servia o propulsor?
4. Que hominídeo corresponde ao homem atual?
5. Que outro nome é dado ao Neolítico, a Nova Idade da Pedra?
6. Que atividades artesanais foram descobertas durante a Revolução Neolítica?
7. Que nome damos à economia do período neolítico?
8. Que nome damos às grandes construções funerárias em pedra do Neolítico?
Boa iniciativa este blog. Felicitaçoes pela magnifica ideia.
ResponderEliminar(mae de aluno)
eu gostei muito desta visita de estudo da secçao portuguesa.
ResponderEliminarAlexandre Teixeira - PMC 6 eme